quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Era uma vez...


Eu estava organizando caixas, pastas, documentos e velharias, quando achei esse poema, escrito há alguns anos...


Era uma vez uma criança perdida
perdida no tempo de uma saudade
saudade do tempo da infância querida
do brinquedo escondido na felicidade

Era uma vez um menino crescido
que de criança não tinha nada
guardava lembranças de um tempo querido
e mesmo homem, brincava, brincava

Um dia se esqueceu que era velho
chutou bola, soltou pipa, pulou e correu
esqueceu da saudade e da vida
deitou no tempo e morreu.

Alice Xavier

domingo, 9 de janeiro de 2011


Domingo de manhã pra mim é sagrado
É quando eu sinto o cheiro da vida
quando ainda não ligaram a televisão
nem estão ouvindo o som no último volume
nem estão rindo às gargalhadas as besteiras
costumeiras de si mesmos
é quando eu me recordo
o sábado passado
as conversas fiadas,
as interessantes,
as reveladoras.
O riso dos amigos
os copos na pia
abraços de saudade.
É domingo de manhã
que mesmo não tendo chuva
eu sinto o cheiro dela
quando o vento me acorda pela janela
ou os meninos vem me beijar
ainda estou sonhando com sabe lá o quê
e me deleito em seus braços até sabe lá que horas
porque domingo é sempre de manhã
não tenho relógios.
Abro as cortinas
a luz do dia purifica minha casa
para que eu recomece
do senso de gratidão
do conhecimento recebido
do amor compartilhado
da sensatez dos passarinhos ao vento anunciando um novo dia
pra que eu seja diariamente feliz.