quarta-feira, 18 de abril de 2012

Amanhã Talvez!!!!

Já disseram que somos poucos, que somos fracos e bandoleiros!
Já disseram que falamos errado, que não sabemos ensinar e nem protestar!
Vestimos sacos de lixo, nariz de palhaço ou máscaras Guy Fawkes
Colamos adesivos nos carros, gritamos, buzinamos,
brigamos, pulamos, debaixo de sol ou de chuva, cantamos!
Levamos vassouras debaixo do braço
soltamos o verbo nas redes sociais
recortamos notícias, charges, caricaturas
provas de um crime tão organizado
estampamos no peito, twittamos, mobilizamos
Tantos papéis também jogados no lixo
frutos de um jornalismo hipócrita
da mídia vendida por quase nada
Choramos
Levamos porrada
Arrancaram de nós a titularidade
o salário
o pouco que a gente tinha
noites sem dormir com a cabeça nos livros
quando a gente queria mudar o mundo
Tentaram tirar de nós a dignidade
o sonho de ser melhor
enganaram o povo
quando jamais a nós mesmos
porque não somos vis
nem ignorantes
não comemos carne de segunda a sexta
nem devoramos humanos na tentativa de sermos grandes!
Já disseram no entanto que nos calarão
Mas nem com ponta de faca ameaçando a língua
Vamos nos vestir de preto
de verde e amarelo
escancarar os rostos de cidadania
Nós vamos até o fim
e vamos dar o velho grito da liberdade
da ressurreição
da ousadia sobre a nova ditadura
Vamos abater o rei
triunfar na guerra;
Fazer ver os cegos,
ouvir os surdos,
andar os paralíticos dessa sociedade tão mesquinha
que embora finjam não compreender
vibram pra que sejamos todos iguais
um dia
amanhã talvez!
#ForaMarconi !
Alice Xavier

domingo, 8 de abril de 2012

Sarau

Ó Noite afável, quando à luz da lua e velas
recitam os amigos poesias belas:
Baudalaire, Quintana, Cora Coralina, Pessoa
Pablo Neruda, Florbela Espanca,
e o violão e o violino soam
como se entrelçados aos versos
lua e alma cheias
no vinho,
os olhos e o coração imersos
Cantar somente jamais o coração perdoa
mas se prender nas letras
como à água boa
como se somente o vento nas folhas das árvores
fizesse o fundo para a poesia
ah, de amor a gente se entorpecia
chorar, gritar, ranger os dentes
ouvir
aplaudir
polir os antigos sonhos
as almas mortas
as lembranças de outrora
a vida em metáfora
tudo tão permitido
tão pertinente
Quando a lua já tão longe
a noite inopinada,
hodiernas palavras:
Lian, Julia, Georgia, Diane
Julia, Fernando, Guilherme, Leo
Apolo...
confundem os sonhos
emocionam os amigos
se confirmam poetas.
Alice Xavier