quinta-feira, 26 de novembro de 2015

O silêncio das estrelas



a vida quando cansa
é assim:
a gente suspira.
depois de um tempo,
não há choro
nem reza
a gente esquece a letra daquela música
esquece de aguar as plantas
deseja um sono profundo
ou o silêncio das estrelas...

e lá se vão meus ais
todos chorados
não restaram um só pra contar história
guardei as palavras no vento
e elas foram achar morada
nas poesias
mundo afora.

Alice Xavier

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Rio Doce

By Chuvisco de Amor

É nosso meio
De viver
De crescer
De semear

Rio cheio
Rio doce
Água de beber

Água doce
Rio que corre
Para o mar
Onde estão seus peixes
A claridade
O seu pulsar

Quem foi que fez
Quem, meu Deus, desfez
A casa
as palavras no quadro negro
 a água, a água

Leva a lama
a cama
a chama
leva a esperança
e a menina que brincava no quintal

e a saudade
e as lembranças

água doce
sede amarga
sede

É nosso meio
De viver
De crescer
De semear

Água
Água
Por onde é que vai
Sua corrente transparente
E toda a sua gente
Pra onde é que vai

Alice Xavier


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

O pior de mim

Por fim, não consegui...
e os anos se excedem
Eu recomeço novamente, sim
apesar do tempo que ficou para trás

Dói, infinitamente...

Está tudo escuro
e eu nem sei com quem estou falando
Está tão frio
e chega a arder aqui dentro
como se frio fosse feito de fogo
e toda chama fosse um pedaço de mim
que se esvai
no pior das minhas fraquezas.

Alice Xavier