segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Com mais gratidão


As pessoas não sabem o que dizem, muito menos sabem o que fazem. Eu também não. Quem é que sabe? A gente, simplesmente, sente. Sentindo, descobre se é bom ou ruim. E, às vezes, insiste em alimentar os sentimentos... estes ou aqueles, como aquela vontade de comer, o desespero fonte da ansiedade... quando, sem controle, a gente vai lá e come. Pronto, comeu!
As pessoas dizem, falam, emitem palavras, sons... arremessam olhares... insinuam, provocam, ironizam, criticam. Batem, agridem, matam. Não há controle. E quem é que se preocupa com isso? Com o autocontrole? Ao mesmo tempo, as pessoas choram, se declaram, agarram pra si o outro como se este fosse um objeto bonito, o último da estante da loja de brinquedos. 
Quando tento enxergar o mundo como se fosse uma imagem, uma fotografia, o que prevalece são pessoas, umas por cima das outras, brigando para serem vistas, para serem melhores... outras com medo da solidão, agarradas pelos cabelos, alçando cordas pelos pescoços, tomando pra si o ar dos que lhe acompanham. 
Ciúme, inveja, orgulho tomam conta dos sentimentos. Poucos passeiam sozinhos envolvidos com o próprio universo, nutrem a própria essência, silenciam, pacificam. Poucos compreendem que a vida é feita pra se desapegar. Que pena!
Tão bom seria se pudéssemos amar... simplesmente...  desabrochar sorrisos, levantar o outro, cuidar de alguém, calar-se, rezar, meditar, regar as flores, sorrir sorrir sorrir... compreender o mundo, a verdade da vida, o ser humano, os animais, as árvores, as flores e as sementes... 
Por que queremos tanto? Por que sugamos tanto? Tão bom ser grato e verdadeiro.
Sinto que vaidade humana invadiu o mundo e camuflou a natureza tão pura, essencial ao corpo, à mente e ao coração. Ai quem nos dera se cada um cuidasse da própria vida. E fizesse por si um ato de amor. E se limpasse dos sentimentos impuros. E controlasse os próprios sentimentos. Talvez houvesse mais ar no mundo pra se respirar, houvesse mais abraços sem correntes, mais liberdade, menos palavras, mais boas ações.
Eu quero a vida assim... livre. 
Com mais gratidão.
Que a gente encontre alimento para os bons sentimentos. E saiba se controlar nos momentos difíceis. Ou até nos fáceis demais, quando dizer eu te amo parece curar o mundo, mas não. Muitas vezes, é preciso o silêncio, mesmo que doa o coração. Porque no momento certo, sem dizer nada, a gente ama, cuida e cura. Porque um dia a verdade aparece, singela e simples, como um fruto na árvore, atraindo pássaros e cantoria, paz e luz.
Que a gente saiba, enfim, separar o que é bom do que é ruim. E o que é ruim, que a gente jogue em água corrente, e o que é bom... que a gente passe pra frente!
Feliz Ano Novo!!!
Alice Xavier

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Quando os sonhos se realizam




Sim, eu juro que pensei que era impossível pra mim realizar certos sonhos. Não é mania de me sentir inferior, mas de ser realista mesmo. Saber que não tem dinheiro o suficiente pra fazer certas coisas, entender que não tem uma mega capacidade intelectual pra um determinado concurso... De repente, todos aqueles textos de auto ajuda que você leu no facebook (e fez questão de não compartilhar) começam a fazer sentido. Porque quando a gente quer muito uma coisa, a gente visualiza, se imagina lá, naquele lugar, fazendo aquelas coisas... e mesmo, que no próximo instante, você acorde e vê que não era nada mais que um sonho comum, você, sem querer, ri, porque percebe que, mesmo por instante, foi, de certa forma, real. 
Cheia de esperanças, no entanto, guardei meu sonho no bolso, como uma moeda que não vale nada, mas que a gente não tem coragem de jogá-la no lixo. 
Foi assim que aconteceu. E agora "todo o universo está conspirando a favor". Tem horas que eu não acredito que está acontecendo de verdade. E não há nada nesse mundo que diminua a minha felicidade, a minha conquista, aquilo que eu consegui com meu próprio esforço, com a minha própria capacidade de sonhar... e de acreditar! 
E vai ser sempre assim daqui pra frente. Porque a velha moedinha se tornou minha moeda da sorte.
Alice Xavier

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Eu preciso aprender a ser só

 
Queriam que eu fosse igual a todas as outras, mas eu vivia no mundo da lua. Queriam que eu vestisse as mesmas roupas, mas eu gostava das saias longas e das sandálias baixas. Queriam que eu cortasse mais o cabelo, mas meu cabelo queria ser livre. Queriam que eu prestasse mais atenção nas aulas, mas eu precisava desenhar. Queriam que eu aprendesse a bordar, mas eu só queria saber de cantar. Queriam que eu namorasse aquele menino engomado, de cabelo de lado, mas eu só gostei de um... ainda querem que eu saiba das marcas das bolsas, dos nomes das lojas, dos sabores dos restaurantes mais frequentados de São Paulo, dos lugares mais ousados do mundo... mas eu não me importo com nada disso e eu até queria me importar e queria ser assim e queria queria queria o que quer todo mundo todo dia... ai... eu queria só ser eu mesma e eu nem sabia... nem sabia o que eu queria. E eu fui crescendo me achando sempre diferente, a menor, a mais feia, a mais burra porque eu não era o que eles queriam que eu fosse. De repente, deixei de saber quem eu era e de gostar de mim, mas eu também não percebi que foi assim. Pedi a Deus, dei três pulinhos, joguei moeda no poço, fiz novena pra tudo quanto foi santo... acreditei nos duendes, nas bruxas, nas fadas... acendi meus incensos, recitei os meus poemas, estendi altar pra lua, pro sol... fiz músicas, cantei para as estrelas, pintei com tintas de aquarela todo o vazio que eu sentia como se borboleta fosse perdida num canteiro de flores azuis... porque eu queria ser eu... e que gostassem de mim como eu era... talvez por isso eu tivesse que descobrir outras coisas que me trouxessem prazer mas no fim... que horror!!! Será que não havia ninguém no mundo que me dissesse "tá bom assim", "fica assim", "seja você mesma"... essas palavrinhas de auto ajuda, coisa que toda amiga escreve no caderno da gente quando se tem quinze anos e não há mais nada a fazer na vida que sonhar... sonhar...
À noite eu tive um pesadelo e nele eu brigava com todo mundo e as pessoas riam de mim e eu fui perdendo o chão, fui sendo levada pra bem longe e eu não conseguia voltar. De repente eu acordei. E depois de chorar tanto assim tão doído como se fosse só eu e eu nesse mundo de ponta cabeça de Alice... eu entendi ... eu sei que não é tarde demais, mas é difícil recomeçar... acho que "eu preciso aprender a ser só". 

sábado, 27 de julho de 2013

Como borboletas

 
Ela jurou que nunca mais falaria com ele. Jurou para si mesma que o esqueceria e que faria das cartas e das fotos uma grande fogueira. Mas os sonhos continuaram... e em um destes sonhos ele pediu que ela não fizesse isso, porque um dia eles estariam juntos novamente...
 
"Por que tem que ser assim?", ela perguntou inconformada.
"Porque precisamos ser responsáveis pelas escolhas que fizemos"...
 
O jeito era seguir a vida, cada um no seu caminho...
 
Pode ser que lá na frente haja um reencontro... e quem sabe o caminho dali para frente seja um só... talvez eles até tenham asas... e possam voar como borboletas.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Dia do amigo


Quando a gente combinou o dia, eu nem lembrei que seria dia do amigo. Nós não lembramos. Mas a gente combinou e no dia 20 a gente estava lá. Nós e a mulherada toda. Fruto da nossa velha amizade que já dura mais de vinte anos. Foi emocionante o reencontro, as meninas que eu guardei no coração, com as cartas cheias de desenhos e sonhos e as fotos de uma adolescência tão feliz... E mesmo que eu tenha esquecido o violão, ou as canções que a gente mais gostava, não importa. Ainda estamos juntas.
Durante todos estes anos, a gente nunca se separou. Nos melhores e nos piores momentos. E não houve distância que mudasse isso. Ver você grávida é ver parir em nós todos os sonhos que sonhamos em forma de mantas e sapatinhos de tricô. Aquela vidinha que planejamos um dia, falando dos nossos amores e da vida que queríamos formar. Não que a gente quisesse só casar na vida. A gente queria muito mais. Mas era inevitável sonhar com o "Já pensou nossos filhos amigos?!". Embora eu tenha sido mãe antes e meus filhotes já estejam grandinhos, ainda assim estamos todos juntos. O Thiago se escondendo debaixo da sua cama, as coisinhas do Heitor me emocionando, as suas cartas na gaveta do Luis Felipe...
E ainda assim a distância é curta. E a gente entende que viemos de outras vidas, nós, sempre juntas. E é assim que eu quero estar, pra sempre!!!
(Ops, eu não estou na foto!! mas como poderia??? Quem faria a foto?! rsrsrs)
Alice Xavier

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Fotografia: como tudo começou!

Quando eu era criança, minha mãe adorava nos fotografar. Naquele tempo, financeiramente, era difícil revelar os filmes, mas guardamos com carinho muitos momentos mágicos do seu olhar registrados em pequenas fotos. A máquina, uma Yashica, era como um objeto proibido, era linda e como eu a desejava. Mas ela estava sempre escondida na parte mais alta do guarda roupa.

Meu tio era fotógrafo em São Paulo e eu era fascinada pelo processo de revelação. Aos treze anos, ele me presenteou com uma máquina, compacta analógica. Talvez eu nunca tenha lhe dito que este foi um dos melhores presentes que recebi na minha vida. Naquela pequena máquina, eu podia dizer ao mundo de como eu via as coisas e as pessoas... eu fazia arte e não sabia. Fotografei amigos e pessoas que eu amo até hoje. Pessoas que nunca mais eu vi e sinto saudades.

Uma vez, eu conheci uma pessoa em Salvador, mas eu sabia que nunca mais a encontraria. Fotografei-a. Era o único jeito de eu leva-la comigo, pra sempre. Mas quando eu mandei revelar o filme, as fotos estavam todas perdidas. Eu tive que me contentar com a minha própria memória e, mesmo que o tempo tenha passado e a gente tenha se esquecido, eu guardei aqueles momentos pra eternidade.

Com o passar do tempo, é claro, eu continuei a conhecer pessoas. Todas elas especiais de alguma forma. Uma por uma eu fotografei. Estão nas páginas dos meus álbuns antigos e, inevitavelmente, na memória e no coração.

Fotografar profissionalmente, sempre foi um sonho. E hoje eu o realizo, aprendendo todos os dias sobre essa nova arte, praticando com prazer a minha nova paixão. E deixo aqui registrado o quanto estou feliz por fazer o que eu amo, por fazer arte, por deixar no mundo um pouco do meu olhar.
 
Obs.: A velha Yashica hoje é minha. Presente da minha mãe.

Veja os links a seguir:

segunda-feira, 27 de maio de 2013

À você, meu amor...

 
Quando eu era adolescente, eu acreditava em almas gêmeas. Com o tempo, compreendi que não existia nada disso e que as pessoas deveriam procurar por si mesmas. Acredito sim, nas almas afins... que são todos aqueles que me rodeiam de modo especial... Encontrar você, não foi encontrar minha outra metade ou a "tampa do meu balaio", rs, mas encontrar aquele com quem eu deveria compartilhar toda a minha vida! Claro que nem todos os pensamentos podemos dividir um com outro, ou perderíamos a nossa individualidade, mas faz parte aquele gesto de ciúme que joga o outra na parede e ameaça: "Cuidado, eu tô vendo!" rs.
Todo casamento, a gente sabe, tem lá seus "altos e baixos", maiores ou menores desafios... talvez a gente tenha encontrado os maiores deles e tenha que vencer todos os dias mais um dragão. Mas foi por acreditar que poderíamos ser melhores que permanecemos juntos, que não desistimos nas horas mais difíceis, que nos entregamos com coragem e amor. Quanta gente pra julgar, pra condenar ou pra tentar desiludir nós encontramos pelo caminho... e quanta gente boa, quantos amigos fizemos nesse tempo, quanta luz também se fez presente! Por mais que doa aquilo que faz doer, por mais que a gente sinta vontade de nunca mais se ver, naqueles momentos que é melhor nem dizer... quão maior foi a saudade, o grito de alegria, o pulo nos seus braços, o beijo no meu rosto todas as manhãs quando você sai pro trabalho e eu continuo dormindo... Quão grande é seu abraço e nosso jeito de dormir segurando as mãos... e quando a gente sente vontade de virar cada um pro lado, estamos conscientes que sabemos respeitar os nossos próprios desejos de, de vez em quando, respirar sozinhos.
Ter você ao meu lado é ter certeza que eu sou inteira e que eu encontrei meu companheiro, totalmente inteiro pra mim... e que se ainda não formos completamente assim, inteiros, sabemos que estamos todos os dias em busca de sermos felizes por nós mesmos, sem jogar essa responsabilidade no ombro do outro. No entanto, é maravilhoso perceber o quanto a gente se ajuda, o quanto nós colaboramos pra que cada um seja melhor todos os dias, naquilo que sabe ou que ama fazer, nos próprios dons, nos próprios desejos, nos próprios sonhos. E é fascinante que, pensando assim, conseguimos caminhar juntos, descobrir nossos anseios em comum, criar objetivos e metas juntos, redescobrindo assim a arte do amor, do casar todos os dias, sem que nada atrapalhe a nossa certeza de que estamos com quem devemos estar, pro resto da vida!
Espero que a nossa relação continue assim... de amor, respeito, cumplicidade e lealdade... e que sejamos fortes o suficiente pra enfrentar os desafios, com os corações cheios de esperança por uma vida melhor! Que Deus nos abençoe com sabedoria pra que sejamos melhor sempre, para nós, para os nossos filhos, para o mundo!!!!
Obrigada por me fazer acreditar em mim mesma, por ser companheiro e um marido dedicado. Por ser um pai maravilhoso para os nossos meninos, por me apoiar e estar ao meu lado sempre! Amo você! Feliz aniversário! Feliz bodas de lã!!!!!
Alice Xavier

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Quando o sol bater na janela do teu quarto...



O problema, meu amor,
não sou eu,
nem somos nós

o problema é você
com você

Eu sou apenas uma ameaça
à sua tristeza
que te consola
das suas lembranças amargas
ou à solidão que te sustenta...

porque ainda gozas da pena
que sentem de ti.

Se um dia tivesses conhecido a alegria
essa que brota de dentro pra fora
tu dividirias comigo
as esperanças que trago nas mãos
a paz por qual luto diariamente
o grito do carnaval
o amor que persiste em meu coração.

Alice Xavier

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A tal da liberdade


O Thiago doido pra encher a casa de passarinhos e eu tentando explicar que eles precisam de liberdade.
_ E nós? Não precisamos não??!
_ Sempre, Thiago... Sempre!