sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Ter irmã


Às minhas irmãs, Vanessa, Michele, Sarah, Mariana (e Aninha, in memorian)

Ter irmã é de repente recordar a amizade mais linda, os tempos da infância que não voltam mais. Agarro-me saudosa nas melhores lembranças, pra jamais esquecer minhas melhores amigas. Penso nas cadeiras empilhadas formando casas de boneca, nas gargalhadas infindas ao anoitecer. Nós em cima da cama, pulando ou dançando, sonhando acordadas... coisinhas de mulher. Contando as façanhas do dia ou se escondendo debaixo dela, pra encontrar o mistério das brincadeiras e o nosso eterno sorriso de criança.
Guardo na memória as músicas, o cantarolar. O teclado envergonhado, o diário escondido, o violão exagerado... Tento esquecer os desentendimentos, as palavras ardidas e as feridas que não existem mais. Esqueço. Peço perdão e perdôo. Não há sentimento melhor no mundo que saber quão grande é o nosso amor.
Ter irmã é subir em árvores, ouvir novamente os gritos, dançar em câmera lenta quando a saudade aperta. Recitar um poema, em voz baixa, ouvir uma música e chorar. Choro de alegria, nostalgia, certeza do bem viver.
Queria dizer isso todos os dias, mesmo quando não sou tão bem vinda. Só por vocês, já valeu a vida, os sonhos meus, a arte, as palavras. Todo sentimento vem daquilo que inventamos como pacto, no olhar que só nós conhecemos.
Do meu jeito tão diferente, caminho feliz. Se o tempo ou se o espaço não nos são comuns, resta o abrigo que nos acolhe, debaixo de nossos corações. Se escrevo poemas, pinto um quadro ou invento canções, deleito-me em meu próprio jardim. Mas não há poesia sem vocês. Sigo encantada ao lado seus.

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