Todos os dias, logo de manhã, jogo dominó e o jogo da memória. Não, eu ainda não envelheci e não me tornei aquela velhinha simpática que vai pro banco da praça todas as manhãs alimentar os pássaros e jogar dominó com algum companheiro. Também não sou daquelas que não tem nada pra fazer, já que não me faltam roupas pra lavar, brinquedos pra juntar e almoço pra fazer. Sem falar na minha dissertação de mestrado prestes a se terminar, entre as horas picadas que tenho durante a semana. É o meu filho Thiago que me contratou pra jogar com ele diariamente sem dias de folga, domingo ou feriado. Também não tenho o direito de começar o jogo, embora eu possa ganhar de vez em quando. Cabe a mim embaralhar o jogo e a ele, distribuir as peças, lembrando que a figura da onça, na peça do dominó, é sempre dele. E no jogo da memória, vocês já devem imaginar de quem é a "memória de elefante", não é? (No entanto, confesso que a minha anda melhorando depois de tanto exercício.) Depois do jogo, aí sim eu posso fazer o que quiser. Quanto ele me paga? Boas gargalhadas e um dia inteiro de alegria e satisfação! Não tem como querer coisa melhor! Ainda mais porque arrumar a casa, trabalhar e escrever dissertação não são coisas assim tão agradáveis, ou são?
Alice Xavier
Brincar com crianças é a melhor coisa do mundo. E, se vamos de peito aberto, somos nós quem aprendemos.
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