Havia dois anos que eles não se viam. Cresceram juntos naquela escola. Eram melhores amigos. Nada mais além disso. Eles andavam de mãos dadas, torciam juntos nas gincanas, se abraçavam e choravam juntos sem medo ou vergonha de se emocionarem, porque às vezes, sentiam alegria demais, outras vezes, solidão.
Fernando mudou de escola e nunca mais viu Jojô. Ele, sempre bem arrumado e ela, desconhecia os cuidados maternos. Ele sempre mais calmo, ela mais agitada. No entanto, Jojô se fechou. Não era mais a mesma menina. Não conversava com ninguém, não fizera amigos como Fernando. Tinha engordado muito e a pele estava tomada de espinhas.
Um dia, Fernando apareceu no meio da minha aula, na porta da sala. Como foi bom revê-lo:
_ Fernando, que bom que você está aqui, que saudade!!!
_ A Jojô está aí?
_ Sim. Mas dormiu naquela carteira. Vai lá ver se ela acorda!
Ele foi. Deu um toque na mesa e ela fez que não gostou. Ele bateu de novo e ela reclamou sem olhar quem é que estava batendo. Devia estar sonhando um sonho bom. Ele insistiu mais uma duas vezes e disse:
_ Sou eu, o Fernando!!
Ela levantou a cabeça, esfregou os olhos e não o enxergou. Pegou os óculos e quando o viu, chorou. E eu também chorei. Eles se abraçaram com tanta pureza e alegria que tive que esconder meus olhos dos outros alunos. Mas a turma aplaudia aquele gesto tão espontâneo, a saudade, enfim, assassinada:
_ Como você está bonita! Como você cresceu! Que roupa bonita! E o seu cabelo então... que bota linda que você está usando!
Jojô não disse nada. Pegou a mão de Nando e os dois saíram para o recreio, abraçadinhos, como nos velhos tempos.
Que lindo!! ;D
ResponderExcluirNamoros em tempos de escola... Quanta ternura, inocência; amor sem medo, sem limite. Viajei no tempo ao ler o teu conto. Obrigado.
ResponderExcluirQue testemunho lindo. Fiquei emocionada.
ResponderExcluirQue mérito escrever uma história dessa!!! Já gostei de vc e vou seguir! Um ótimo fim de semana!
ResponderExcluirObrigada, Marisete! Bom fim de semana pra vocë tb!!! Bjoo!
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