sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A gente sempre se pega escrevendo sobre o passado. Estamos apegados demais a ele. O futuro é sempre novo. Não sabemos nem se vai chegar. No entanto, estamos sempre com pressa. Com pressa de chegar logo o fim de semana, de chegar logo o dia do aniversário, festas de fim de ano... e o tempo já passa tão rápido... por que então desejá-lo? Brigar com ele?
Páro tudo. Deito na cama. Perco tempo.
Olho o Thiago dormir, boca aberta, risos entre sonhos...
Pego aquelas revistas velhas de receita, monto um caderno, escolho as preferidas (nunca testei nenhuma delas), recorto-as e colo-as, uma a uma.
Procuro aquele vídeo, daquela novela, cena de casamento. Choro de novo.
Reinvento uma manhã inteira... ouço Byork. Não encontrei aquela música que nem lembro o nome.
Na cama, volto a dormir. O Thiago acorda. Enquanto isso, o Guilherme trabalha, O Lipe estuda e a casa está vazia com nosso sono.
Levanto e vou cuidar dos afazeres domésticos. O tempo custou a passar.
De repente... mais uma tarde de trabalho.
Custo explicar o sentido da leitura, a escrever o próprio nome...
Meu nome... qual é??
O tempo me desnuda, ampara-me
O tempo me consome, consola-me
O tempo me destrói, refaz-me
O tempo me tortura, cura-me
A noite chega
Tudo é tão rápido
Olho-me no espelho e não me reconheço
O dia passou depressa. Tenho medo só de pensar...
E amanhã... como será?
Ansiedade... pra quê?
Por que querer tanto o dia de amanhã como se o hoje não tivesse valido a pena.
Mas valeu.
Valeu sentir o vento, trabalhar, rir, viver.
Valeu viajar ouvindo The Doors, sonhar com meus filhos, ensiná-los...
Valeu amar...
Não importa o dia de amanhã.
Nenhum dia como hoje.

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