Amanheci em véspera de Natal
E era pra ser assim dia vinte e quatro de dezembro:
um dia feliz e de paz.
No entanto, acordei em prantos
porque sonhei com meu avô...
sonhar até que é bom
mas acordar, não.
Voltar ao pesadelo da vida
quando a vida parece tirar toda a paz que o Natal merece ter.
Decaí no que me assombra
o meu vício constante
que me perturba tão constantemente
como se me afogasse em desespero
e eu pudesse sentir ao mesmo tempo
gozo e lágrimas
ardendo no meu peito
As escolhas ao longo do tempo
a aceitação
a tal da resignação...
como dóem!
Quando eu era criança e ouvia as pessoas desejarem "paz"
ao dizer, tão mecanicamente,
"Feliz Natal",
eu não entendia o que seria essa palavra
- naquele instante mágico da infância
e na condição sublime de se ter família -
e hoje eu rogo com todas as minhas forças:
"Paz, paz, paz, eu quero paz"
será que o tal "papai noel"
poderia me trazer esse presente
dentro de um sapatinho
na janela do meu quarto?
Eu juro que eu deixo ele lá,
não um sapatinho,
mas o meu sapato tamanho 40
e o meu coração
a se derramar sobre a lua
a espera de paz.
Por que é tão caro a algumas pessoas
dizer - o que quiser -
em tons doces de educação, respeito e carinho?
Protegido pelos direitos autorais regido pela lei n° 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
sábado, 24 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Esperança, Educação!!!!
Confesso que desta vez eu chorei. Como se naquele momento eu tivesse perdido as esperanças. Eu juro que eu pensava que não tinha mais como piorar o sistema educacional no país, mas eu estava enganada. Um misto de raiva, decepção, indignação. Senti-me humilhada, junto aos meus colegas de profissão, companheiros de trabalho árduo, de luta, de esforço, de esperança. Lembrei dos rostos dos meus alunos, de todos os que foram "meus" durante os meus doze anos de magistério. Dos que sonhavam com o curso superior, dos que estavam na escola porque os pais queriam, dos abandonados pela família, dos adotados por nós, dos que queriam apenas o diploma para a obtenção de um emprego. Lembrei daquelas crianças, com os cadernos e os lápis nas mãos, com medo das provas, apaixonadas pelo professor de matemática, chorando nos cantos, brigando nos banheiros, rindo à toa e tão alto pelos pátios.
Tão iludidos... os meus alunos. E tão iludidos os professores, acomodados àquela situação medíocre, aos seus salários de miséria. Tudo o que eles queriam era dar uma boa aula, era fazer com que o aluno gostasse de estar ali, que aprendesse ao menos ler, escrever sua própria história ou fazer as próprias contas. No entanto, o que me dói mais é perceber quão iludida é a sociedade, arraigada nessa cultura hipócrita que a política brasileira impõe, de que a educação é prioridade quando não é jamais; Que entrega cotas depois de massacrar com os péssimos ensinos fundamental e médio; Que desmoraliza ao invés de incentivar, seus pobres brasileirinhos, famintos de oportunidades, de igualdade.
Tão iludidos... os meus alunos. E tão iludidos os professores, acomodados àquela situação medíocre, aos seus salários de miséria. Tudo o que eles queriam era dar uma boa aula, era fazer com que o aluno gostasse de estar ali, que aprendesse ao menos ler, escrever sua própria história ou fazer as próprias contas. No entanto, o que me dói mais é perceber quão iludida é a sociedade, arraigada nessa cultura hipócrita que a política brasileira impõe, de que a educação é prioridade quando não é jamais; Que entrega cotas depois de massacrar com os péssimos ensinos fundamental e médio; Que desmoraliza ao invés de incentivar, seus pobres brasileirinhos, famintos de oportunidades, de igualdade.
Eu lembrei dos meus alunos porque não somos nós, professores, que sofremos. São eles, os iludidos. Os que acham que professor é quem deve educar, os que esperam de nós como salvadores da pátria. Nós, os professores, padecemos. Vivemos cansados, massacrados pelo preconceito, chamados de coitados. Quantas vezes me olharam torto porque eu sou professora e minhas irmãs médicas. "Ah... não gostava de estudar, não é mesmo?!" Ai que triste realidade. Ai!
Porém, eu ainda sinto orgulho de nós, profissionais da educação. Porque não desistimos. Porque sabemos o valor que temos, quando aquele menino tão sem esperanças escreve no final do ano que aprendeu a ser feliz, porque seu professor o ensinou a ser "gente".
Tenho certeza que agora estamos mais fortes do que nunca. Não somos mais marionetes nas mãos de vocês, políticos corruptos e interesseiros. Preparem-se para a guerra, porque a nossa arma vocês não tem: a inteligência, a criatividade, o dinamismo, a liderança verdadeira, o carisma e a justiça divina.
Força, meus companheiros de luta!!! Não se desanimem! Não lutaremos por nós, mas pelo nosso país, pelo futuro de nossos filhos, de nossos alunos, que merecem contar uma história melhor, com um final bem mais feliz!!! E com certeza, venceremos, pois, com certeza, estaremos mais unidos neste novo ano e sempre!!!
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Adeus Ano Velho
Cansei de escrever poesia nesse fim de ano tão sem rima
a poesia da vida que hora ou outra me fazia postar
até os desenganos
o desespero da carne
do vinho branco
embriagado sobre a mesa
ou sobre a pele
em noites tão claras de lua cheia
Cansei de falar de amor
de dor
de cansaço e de agonia
da memória da infância tão fácil
Cansei daquele sonho salutar e,
ao mesmo tempo,
insano
fatigando nos meus olhos
a crueldade do destino
sobre a realidade do agora
e a vontade de ser aquele sonho
a minha verdade
absoluta
O tempo é de fogo
e o fogo queima sem pena alguma
é preciso fôlego
e água
pra ressurgir das chamas
pois até o pranto se findou...
todavia,
prossigo purificada
e embora,
afrontada pelas lutas,
sigo com as mãos vazias
entregues à esperança.
sábado, 10 de dezembro de 2011
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Por que será que precisamos de datas? Tem horas que me pergunto se isso é tão importante assim. Porque a gente costuma deixar tudo pra depois; o começo do regime, a faxina, os projetos, os sonhos... vai deixando pro próximo ano, pra quando chegar nos 30, nos 40. E aí a vida vai passando, e a gente vai envelhecendo e não fez nada. Aquele ano ficou pra trás, aquela segunda-feira bem mais pra trás ainda.
Se não houvesse as datas, quem sabe eu começaria hoje aquela dieta há anos adiada? Ou eu comemoraria todos os dias o dia dos namorados, o dia das mães, dos pais, do amigo...? Se não houvesse datas, eu não ficaria mais velha todo ano e eu não sentiria aquele desespero de que o tempo passou e eu não fiz nada do que eu queria. Porque as datas nos limitam e ao mesmo tempo, nos pressionam. As datas cansam. E não se cansam, se repetem, fazendo eu recordar a velhice, o tempo passado, "Nossa! Quanto tempo! Já se passaram tantos anos!" Se não houvesse as datas, haveria somente o hoje e eu não contaria nos dedos quanto tempo falta pra eu fazer tal coisa ou não. Eu não lamentaria a segunda feira e nem festejaria a sexta. Sairia com meus filhos quando sentisse vontade, começaria já a minha academia, comemoraria o meu aniversário todos os dias!
Há os que são a favor da rotina, da organização do tempo... há os que anotam tudo na agenda, eu sei. Mas será que a gente precisa mesmo disso tudo, assim, tão "a ferro e fogo? Porque eu acredito que se a gente não se apegasse tanto às horas, a gente seria mais livre. Sem os relógios nos cobrando sobre o pulso ou sobre as paredes da casa, eu dançaria e riria até o amanhecer; A velhice aconteceria, naturalmente, sem que me perguntassem a idade... E eu teria somente somente o sol e a lua a me tolher os sonhos.
Alice Xavier
sábado, 3 de dezembro de 2011
Oh dúvida cruel!
Assinar:
Postagens (Atom)