sábado, 10 de dezembro de 2011

Tempo, tempo, tempo, tempo...



Por que será que precisamos de datas? Tem horas que me pergunto se isso é tão importante assim. Porque a gente costuma deixar tudo pra depois; o começo do regime, a faxina, os projetos, os sonhos... vai deixando pro próximo ano, pra quando chegar nos 30, nos 40. E aí a vida vai passando, e a gente vai envelhecendo e não fez nada. Aquele ano ficou pra trás, aquela segunda-feira bem mais pra trás ainda.
Se não houvesse as datas, quem sabe eu começaria hoje aquela dieta há anos adiada? Ou eu comemoraria todos os dias o dia dos namorados, o dia das mães, dos pais, do amigo...? Se não houvesse datas, eu não ficaria mais velha todo ano e eu não sentiria aquele desespero de que o tempo passou e eu não fiz nada do que eu queria. Porque as datas nos limitam e ao mesmo tempo, nos pressionam. As datas cansam. E não se cansam, se repetem, fazendo eu recordar a velhice, o tempo passado, "Nossa! Quanto tempo! Já se passaram tantos anos!" Se não houvesse as datas, haveria somente o hoje e eu não contaria nos dedos quanto tempo falta pra eu fazer tal coisa ou não. Eu não lamentaria a segunda feira e nem festejaria a sexta. Sairia com meus filhos quando sentisse vontade, começaria já a minha academia, comemoraria o meu aniversário todos os dias!
Há os que são a favor da rotina, da organização do tempo... há os que anotam tudo na agenda, eu sei. Mas será que a gente precisa mesmo disso tudo, assim, tão "a ferro e fogo? Porque eu acredito que se a gente não se apegasse tanto às horas, a gente seria mais livre. Sem os relógios nos cobrando sobre o pulso ou sobre as paredes da casa, eu dançaria e riria até o amanhecer; A velhice aconteceria, naturalmente, sem que me perguntassem a idade... E eu teria somente somente o sol e a lua a me tolher os sonhos.
Alice Xavier

2 comentários:

  1. :) que liberdade é essa que procuramos, mas que na verdade faz parte de nós mesmos o tempo todo. Essa resistência ao que nos é imposto, o nosso ser brigando contra as forças externas que o querem limitar, enquadrar, categorizar, conceituar. Cada dia é uma vida, uma vida diferente da outra. É quase fácil esquecer o que fizemos ontem, se deixarmo-nos ser.. como as crianças, que passam de uma realidade pra outra, de uma emoção pra outra, limpas, sem carregar nada, prontas pra renascer e perdoar e amar.
    Que a vida te leve a perceber que ela é muito mais do que os condicionamentos que o homem citadino moderno impôs a si mesmo. Temos obrigações e labor e sacrifícios, mas tudo muda a cada instante, nos olhos de quem olha e sente tudo pela primeira vez. Assim podemos olhar, contemplar o que antes estava escondido por detrás das nossas pré-ocupações e agir de acordo com o que é realmente verdadeiro em cada momento, estar presente para perceber.
    Muito amor!

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  2. Verdade. Bom é viver o nosso tempo, não o dos calendários.

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