Seria metaficcional dizer que meus textos são meras representações da realidade ou dizer que o meu leitor interfere com a sua própria interpretação? Seria verdadeiramente ficção o que escrevo? Haveria a verossimilhança? Caro amigo leitor, não digo que é verdade nem que não é. Devaneio ou ilusão, representação ou mimese, minha poesia vem como secreção sadia escorrendo pelos poros, incontrolavelmente. Leio tão pouco quando deveria ler tanto e me perco nas músicas de Jim Morrison que ouço desde menina e que até hoje me fazem levitar, chegar ao extremo, no âmago de mim mesma, ao clímax da narração da minha própria vida. Lugares que vou e não volto, partes de um mundo que eu mesma construí fora da minha realidade conhecida por todos, sonhos que não se explicam e que - incrível! - alguns os visitam e o reconstróem comigo. Literatura ou não, o que escrevo para alguns é dom, para mim é necessidade vital. Busco desesperadamente por um lápis e um pedaço de papel e as palavras vem como vento aos meus ouvidos. Não expressá-las é adoecer. Falta-me o ar, secam meus lábios e o meu corpo padece. Vivo sonhando acordada, insistem os familiares. No entanto, não sei - e não posso - viver diferente. Sei que não sou a única no mistério da existência humana e tão poucos conheço para que pudéssemos debater os acontecimentos transcedentais da alma sonhadora. Seria significante e eu me realizaria, traduzir a mim mesma, em busca de identidade. Porém, é parte intrínseca dos sonhos não se revelar por inteiro a ninguém. Melhor pensar que, apesar de tudo, não me acontecem pesadelos neste meu mundo maravilhoso, nesta minha realidade quase virtual. Perdoem-me minha digressão, mas eu precisava da sensação fantástica do alívio.
Pisciana + sonhos + catarse = ARTE!
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